Em setembro de 2018, milhares de sementes foram coletadas em expedições de campo na Tanzânia e enviadas para St. Louis, mas apenas cerca de 100 se mostraram viáveis. Para complicar, as condições de cultivo da Karomia em sua estufa no Missouri precisavam replicar o solo, a quantidade de água e a luz solar do clima da África Oriental em que ela evoluiu. A flor roxa de Karomia gigas durou apenas 24 horas antes de murchar.
Horticultores podem propagar a planta usando estacas, mas essas árvores são clones com o mesmo DNA. Uma maior diversidade genética em uma espécie ajuda a garantir que ela resista a condições mortais, como pragas. O método usado pelo já falecido biólogo Manuel de Godoy tipos de plantas carnivoras foi o de contagem de anéis de crescimento de um jequitibá vizinho, que considera que um anel de crescimento visível no tronco da árvore é gerado a cada ano. Com essa idade, o jequitibá-rosa já seria milenário na época em que Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Conheça a Lucy das plantas, a flor mais antiga da história
A equipe não estudou apenas o tronco petrificado, mas em expedições posteriores à área, eles também encontraram fósseis de pólen, folhas e vertebrados – incluindo um dente de tubarão e alguns ossos de dinossauro. Menos de cem fragmentos conhecidos de madeira angiosperma têm mais de 84 milhões de anos, e a maioria é de pequenas árvores com menos de 10 centímetros de diâmetro. Em estudo publicado na revista Science Advances, os pesquisadores apresentam as evidências mais antigas de grandes árvores floridas na América do Norte.
Qual foi a primeira planta com flores?
“Se elas não florescem em nossas coleções, temos que depender das plantas silvestres para produzir sementes e a viabilidade é muito baixa”, explica Wyatt. Embora algumas espécies possam fazer a autopolinização, não está claro se é o caso da Karomia gigas. Lee polinizou manualmente a espécie antes de a flor murchar, mas explica que ter mais flores de árvores diferentes ajudará a produzir plantas mais resistentes geneticamente. “Ter plantas com flores é um ótimo ponto de partida nos esforços para recuperação da espécie”, afirma Emily Beech, especialista em árvores ameaçadas de extinção da Conservação Internacional de Jardins Botânicos. Embora não tenha participado da propagação das árvores de St. Louis, em 2016 Beech se juntou a Gereau e outros do Serviço Florestal da Tanzânia em uma expedição para procurar as árvores.

Embora a árvore tenha sido estudada em seu habitat nativo e também como espécime cultivado em St. Louis, suas flores permaneceram um mistério. As árvores Karomia gigas cultivadas no Jardim Botânico do Missouri têm 3 anos de idade e já possuem cerca de um metro e oitenta de altura. Além da Pinus longaeva, a lista das árvores mais antigas do planeta conta também com um cipreste-da-patagônia encontrado no Chile, com 3.627 anos, e uma figueira-dos-pagodes de 2.222 anos, achada no Sri Lanka. No entanto, a flor “Euanthus panii” é diferente do resto das plantas achadas anteriormente da época jurássica, revelou a pesquisa publicada.
Na década de 60, o geólogo Donald Currey derrubou, com autorização do Serviço Florestal, o pinheiro “Prometeu”, para depois descobrir que se tratava da árvore mais antiga já datada naquele momento, com 4.844 anos. Celebrada ao longo dos séculos, a rosa, símbolo dos apaixonados, também marcou presença em eventos históricos importantes e decisivos. O resultado indicou que a primeira flor da Terra era bissexuada, ou seja, capaz de se reproduzir sozinha por meio de seus seis estames (órgãos masculinos) e cinco carpelos (gametas femininos). A flor ancestral teria surgido no começo do Cretáceo, há 140 milhões de anos. As mesmas fontes assinalaram que o descobrimento “provocou um replanejamento da origem da história das flores”. Anteriormente, a primeira flor amplamente aceita foi a “Callianthus dilae”, também achada na China e datada com aproximadamente 125 milhões de anos atrás.
Qual é a flor mais velha do mundo?
Controversa, a morte da árvore indignação nos EUA e contribuiu para a criação do Parque Nacional da Grande Bacia, que protege os pinheiros de longa duração. Cientistas apontam que o estudo da Pinus longaeva pode servir de guia para entender melhor, a nível celular, os motivos que a levam a viver tanto tempo. Com isso, a comunidade científica também teria mais conhecimentos necessários para desenvolver terapias que aumentem a longevidade humana. A busca pela flor mais antiga do mundo foi protagonista de várias controvérsias.
Descrita e nomeada em 1872, data do final do Eoceno, entre 38 milhões e 33,9 milhões de anos atrás. “Antes do nosso estudo, haviam três estudos sobre o Ferron Sandstone Member, que é visto apenas como um local estéril”, diz D’Emic. “Não estou dizendo que seja a maior descoberta da história, ou algo assim, mas isso encoraja outras pessoas a prospectar fósseis”. Com financiamento da National Geographic Society, o paleontólogo da Universidade Adelphi, Michael D’Emic, visitou o centro de Utah em 2014 em busca de ossos de dinossauros de pescoço longo.
“Não é necessariamente surpreendente, porque sabemos que há uma rica flora de angiospermas na época”, diz Nan Crystal Arens, paleobotânico da Hobart e William Smith Colleges, que não participou do estudo. “Mas é a prova concreta, tátil, de que essas árvores grandes existiram”. Essas estruturas complexas evoluíram e fizeram as angiospermas se darem bem em termos de reprodução – o que as tornou esse sucesso evolutivo.
Leave a Reply